quinta-feira, 28 de julho de 2011

A nem sempre (ou quase nunca) harmoniosa relação entre homens, urubus e ratos


Às vezes assusta, horroriza, causa estranhamento ou simpatia, nojo, curiosidade. A cohabitação de diferentes seres num mesmo lugar pode basear-se na dependência mútua, na competição e muitas outras categorias que a biologia já descreveu, nomes que quase sempre nos esquecemos. 

A equipe de dois componentes do blog, na manhã de hoje, deparou-se numa incursão ao centro da cidade de Itaituba com uma cena digna dos tablóides televisivos do meio dia e das seis da tarde. Um rato estava sendo avaliado por urubus. Várias testemunhas apenas passavam pelo local sem dar a mínima importância ao fato. 



Após sair de seu refrescante banho matinal na sarjeta, suas feridas sangrentas, seu cheiro atrativo e sua aparência moribunda chamaram a atenção dos carniceiros que esperavam (ou não) o suspiro final do pobre roedor. Não pudemos nos aproximar muito da cena sob pena de sofrer um ataque. Afinal de contas, ao menos naquele momento, não disputávamos nada. Tampouco seríamos partidários da infeliz ratazana, que ficou entregue ao seu fatal destino.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Divisão do Pará ameaça UCs

Mais uma questão preocupante relacionada à divisão do Pará:

Itaituba

Vista da balsa que atravessa o rio em direção a Miritituba.

Itaituba foi visitada por Coudreau no final do século 19. Hoje certamente está muito diferente. A foto acima dá uma falsa impressão que a cidade é pitoresca.

Se o estado do Tapajós for criado, será sua segunda maior cidade. Por toda parte onde andamos, vemos o adesivo do SIM!, pela criação do novo estado. NA TV passam programas que só colocam o lado a favor, e vimos um repórter do SBT defender abertamente a causa durante sua transmissão. Há uma ausência total de debate sobre o que a divisão implicaria.
Uma matéria saiu recentemente sobre isso:


Vimos o Duda Mendonça dizer que o importante agora será convencer os habitantes do Pará remanescente, onde vive a maior parcela da população do estado, de que a divisão será melhor para eles.
Muita riqueza já passou por aqui. O Tapajós é a maior província aurífera do país e quase todos que moram aqui há um certo tempo já trabalharam no garimpo. É dito que mais da metade dos negócios aqui são ilegais.

O esgoto é a céu aberto e praticamente não há calçadas. As pombas daqui são os urubus. O único espaço público é a orla, na beira do rio.

Parece que aqui não há uma percepção de que outra forma de desenvolvimento é possível.

terça-feira, 26 de julho de 2011

olá

Chegamos aqui há quase duas semanas. Nosso objetivo é encontrar, registrar e entender melhor sítios arqueológicos pré-coloniais no rio Tapajós, a partir da cidade de Itaituba subindo o rio, em direção sul, até o final do território de Mangabal.


Decidimos começar esse blog para compartilhar essa experiência com os amigos e para que a viagem fique registrada. Afinal, esta é uma "terra em transe" que está passando por mudanças profundas.

O nome do blog faz alusão ao livro escrito por Henri Coudreau, viajante francês que esteve por aqui em 1895.


                                O Tapajós visto da lancha que nos trouxe de Santarém.